RESUMO
Objetivo: Elaboração de uma base de dados contendo todos os medicamentos anti-infeciosos, anti-hipertensores e antineoplásicos com Autorização de Introdução no Mercado (AIM) em Portugal com potencial de prolongar o intervalo QT.
Material y métodos: Consulta do resumo das características do medicamento (RCM) de todos os medicamentos anti-infeciosos, anti-hipertensores e antineoplásicos com Autorização de Introdução no Mercado (AIM) em Portugal e pesquisa e análise de artigos da PubMed.
Resultados y discussión: No que diz respeito aos medicamentos anti-infeciosos, foram analisados 137 medicamentos, apresentando-se com potencial de prolongar o intervalo QT 30 fármacos. As classes mais implicadas foram os macrólidos, fluorquinolonas e os antifúngicos azóis. Relativamente à classe dos anti-hipertensores, dos 63 principios ativos analisados apenas 4 apresentaram potencial de prolongamento do intervalo QT. No que se refere aos medicamentos anti-neoplásicos, dos 58 princípios ativos analisados, 18 apresentaram potencial de prolongar o intervalo QT, sendo a grande maioria pertencente à classe dos inibidores das tirosina cinases.
Conclusión: A base de dados elaborada constitui um instrumento de grande utilidade no apoio à dispensa de fármacos com potencial de prolongar o intervalo QT.
Palavras-chave: Intervalo QT, torsades de pointes, anti-infeciosos, anti-hipertensores, antineoplásicos.
Drugs with potential to prolong the QT interval and precautions in clinical practice
SUMMARY
Objective: Development of a database containing all anti-infectious, anti-hypertensive and anticancer drugs available in Portugal and potentially capable of QT interval prolongation.
Material and methods: Consult of summary product characteristics of all the anti-infective, antihypertensive and antineoplastic drugs available in Portugal, research and analysis of PubMed articles.
Results and discussion: With respect to anti-infective drugs a total of 137 drugs were analyzed, which 30 drugs presented with the potential to prolong QT interval. The mainly classes involved were macrolides, fluoroquinolones and azole antifungals. In what concerns to anti-hypertensive class, from the 63 drugs analyzed only 4 showed QT interval prolongation. With regard to anticancer drugs, from the 58 drugs analyzed, 18 showed QT interval prolongation, most of all belonging to the tyrosine kinase inhibitors.
Conclusion: The database developed constitutes a valuable tool in supporting the dispensing of drugs with potential to cause QT interval prolongation.
Key Words: QT interval, torsades de pointes, anti-infective drugs, anti-hypertensive drugs, anticancer drugs.
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Dentro del Número: VOL. 25 – Nº1 – 2015
Descargar PDF: Revisión: Medicamentos com potencial para prolongarem o intervalo QT e precauções a ter na prática clínica com a sua utilização
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Introdução
As primeiras descrições clínicas das síndromes de QT longo congénito, arritmias induzidas por fármacos, e de taquicardia ventricular polimórfica (TdP) surgiram nas décadas de 50 e 60 do século passado1,2.
A longa e crescente lista de fármacos não antiarrítmicos que prolongam o intervalo QT tem gerado preocupação3,4, levando não só à retirada de fármacos do mercado1,5, a restrições na sua utilização6 e a problemas no desenvolvimento de novas moléculas7, tendo o desenvolvimento de muitos compostos sido interrompido devido a efeitos indesejáveis na repolarização cardíaca8,9.
O prolongamento do intervalo QT implica o aumento da duração do potencial de ação que resulta de um decréscimo na corrente de saída através dos canais de potássio (IKr) codificados pelo gene human ether-a-go-go-related gene (hERG)10. Este prolongamento pode dar origem a pós-despolarizações precoces que, por sua vez, podem gerar Torsades de Pointes (TdP).
De entre os fatores de risco para a ocorrência de prolongamento do intervalo QT salienta-se o género feminino11,12, desequilíbrios eletrolíticos como hipocalémia13-15 e hipomagnesémia2, a administração de múltiplos fármacos concomitantemente16,17 e bradicardia18.
O tratamento envolve identificar e retirar os agentes precipitantes, corrigir as condições que comprometam o equilíbrio hidroeletrolítico, e fazer infusões intravenosas de magnésio. Nos casos recidivantes pode ser necessário um pacemaker cardíaco19-21.
A Circular Informativa N.º 173/CD/8.1.7. do INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., datada de 02/08/2012 e intitulada “Ondansetrom – restrição de dose para os medicamentos injetáveis”, recomenda, aquando da utilização de medicamentos contendo ondansetrom em dose única por via injetável em adultos no controlo de náuseas e vómitos induzidos pela quimioterapia citotóxica e pela radioterapia, que se tenha “precaução na administração deste antiemético em associação com outros medicamentos que prolongam o intervalo QT, nomeadamente alguns agentes citotóxicos”.
Sendo impraticável para doentes e profissionais de saúde, memorizar todos os fármacos implicados no prolongamento do intervalo QT, surge então a necessidade do desenvolvimento e implementação de uma base de dados de fácil acesso e consulta6, como forma, também, de executar de forma eficaz a recomendação da Circular Informativa supracitada.
Material e Métodos
Foi efetuada uma revisão da literatura dos RCM de todos os medicamentos anti-infeciosos, anti-hipertensores e antineoplásicos que se encontram disponíveis em Portugal (medicamentos com AIM). Esta consulta foi efetuada através do Infomed – Base de dados de medicamentos de uso humano, disponibilizada no site do INFARMED e também através da European Medicines Agency (EMA). A revisão bibliográfica envolveu também a pesquisa e análise de artigos na PubMed, intersetando os termos “antimicrobial-induced prolongation of the QT interval”, “antihypertensive-induced prolongation of the QT interval”, “cytotoxic-induced prolongation of the QT interval”, “drug-induced prolongation of the QT interval” e “medication-induced prolongation of the QT interval”. Foram ainda introduzidos como filtros de pesquisa “Publication dates – 5 years” e “Species – Humans”. Na Tabela 1 estão presentes os critérios de exclusão utilizados no âmbito deste estudo.
Resultados e discussão
Foram obtidos 88 artigos, dos quais 79 foram excluídos por se enquadrarem nos critérios de exclusão. Foram obtidos manualmente 20 artigos adicionais a partir das referências bibliográficas conseguidas na pesquisa eletrónica, perfazendo um total de 29 artigos (Figura 1).
Medicamentos anti-infeciosos
Foram analisados 137 medicamentos anti-infeciosos e os agentes com potencial de prolongar o intervalo QT encontram-se listados na Tabela 2.
Os antibacterianos macrólidos e fluoroquinolonas e os antifúngicos azóis representam as classes de anti-infeciosos mais implicados nestas desordens25. Os macrólidos em geral estão associados a um elevado potencial para prolongar o intervalo QT e causar TdP quando comparados com outros anti-infeciosos26. Relativamente aos macrólidos existe variabilidade no que respeita tanto ao seu potencial para inibir a corrente de retificação tardia do potássio (especialmente o seu componente rápido (Ikr)) como as enzimas de metabolização do citocromo P450 CYP3A427. A coadministração de macrólidos com inibidores CYP3A4 resulta num aumento da exposição do fármaco contribuindo para o prolongamento do intervalo QT27.
O prolongamento do intervalo QT pela eritromicina depende de vários fatores, incluindo a dose e a via de administração27. Estudos realizados revelaram que este prolongamento é devido ao bloqueio dos canais Ikr6,28. A eritromicina através da inibição do CYP3A4 apresenta um elevado potencial para interações farmacológicas, aumentando o risco de prolongamento do intervalo QT e TdP28. A claritromicina tem um efeito menos pronunciado no intervalo QT que a eritromicina em doentes sem fatores de risco para TdP28. A azitromicina parece ser o derivado de macrólidos mais seguro no que respeita a toxicidade cardíaca27,29. De uma maneira global, é possível ordenar os macrólidos de forma decrescente quanto ao potencial de prolongar o intervalo QT: eritromicina> claritromicina> roxitromicina> azitromicina14,28. A telitromicina é um inibidor do CYP3A4, havendo possíveis interações medicamentosas, nomeadamente risco aumentado para TdP28.
Nas fluoroquinolonas verifica-se o prolongamento do intervalo QT, pois ocorre um bloqueio dos canais Ikr de uma forma dose dependente30. O prolongamento do intervalo QT é considerado um efeito de classe, no entanto existe variabilidade dentro da mesma27. À exceção da moxifloxacina, a via de administração das fluoroquinolonas não parece influenciar o risco de TdP27. Todas a fluoroquinolonas testadas mostraram bloquear as correntes dos canais de potássio com diferentes potências. Quanto à potência decrescente para prolongar o intervalo QT pode-se ordenar as fluoroquinolonas da seguinte forma: moxifloxacina, gatifloxacina, levofloxacina, ciprofloxacina e ofloxacina30. A ciprofloxacina é um potente inibidor do metabolismo mediado pelas enzimas do citocromo CYP3A- e CYP1A-, no entanto a inibição do CYP1A2 pela ciprofloxacina é relativamente inconsequente uma vez que é pouco comum fármacos que prolongam o intervalo QT serem metabolizados por esta isoforma27,31.
O cotrimoxazol (sulfametoxazol + trimetoprim) foi igualmente associado ao prolongamento do intervalo QT e TdP em algumas notificações em que a relação causal, contudo, não foi totalmente estabelecida24,32. O RCM desta associação refere-se ao prolongamento do intervalo QT como um efeito indesejável muito raro.
Todos os antifúngicos azóis correntemente no mercado (cetoconazol, fluconazol, itraconazol, posaconazol e voriconazol) têm o potencial de prolongar o intervalo QT e originar TdP33. Estes antifúngicos são inibidores do CYP450, sendo que o cetoconazol é o inibidor mais potente do CYP3A4 e o fluconazol é o inibidor mais potente do CYP2C925,28. Em doentes de risco, a monitorização eletrocardiográfica deve ser considerada quando azóis são administrados28.
Relativamente aos antivíricos, demonstrou-se que os inibidores da protease (lopinavir, ritonavir e saquinavir) bloqueiam os canais de potássio codificados pelo gene hERG de uma forma dose-dependente sendo então atribuído a esta classe, o potencial de prolongamento do intervalo QT e TdP23,34,35. Alguns inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa (efavirenz) e inibidores da protease são substratos do citocromo P450 e inibidores do CYP3A4 e por isso aumentam o risco de prolongamento do intervalo QT23. Assim a administração concomitante de fármacos que interferem com a atividade do citocromo P450 (antibióticos ou antifúngicos) aumenta ainda mais o risco de prolongamento do intervalo QT23.
O tratamento da infeção por vírus da imunodeficiência humana (VIH) inclui a administração de vários medicamentos anti-retrovirais, o que pode oferecer um risco aditivo de prolongamento do intervalo QT. São também concomitantemente administrados outros fármacos a doentes infetados com VIH, aumentando a probabilidade de prolongar o intervalo QT, uma vez que a inibição das enzimas do citocromo P450 é um efeito comum em agentes não anti-retrovirais, uma vez que a inibição das enzimas do citocromo P450 é um efeito comum nos agentes não anti-retrovirais frequentemente utilizados em doentes com infeção VIH35.
Apesar de a quinina (isómero ótico da quinidina) apresentar um efeito menor na repolarização cardíaca ambos têm demonstrado prolongarem o intervalo QT e induzir mudanças na onda T similarmente ao que se observa com a quinidina24. A halofantrina oferece o maior risco torsadogénico enquanto a mefloquina aparece como a mais segura dos antimaláricos27. A halofantrina prolongou o intervalo QT em doentes com malária e esse efeito foi particularmente pronunciado quando o fármaco foi instituído após falha da mefloquina24.
Medicamentos anti-hipertensores
Quanto aos medicamentos anti-hipertensores, foram analisados 63 princípios ativos, sendo apresentados na Tabela 3 aqueles com potencial de prolongar o intervalo QT.
O prolongamento do intervalo QT verificou-se mais em fármacos diuréticos pois estes induzem um estado hipocalémico acreditando-se que este seja um mecanismo subjacente de TdP36. Este estado hipocalémico induzido por diuréticos conduz a arritmias devido a um aumento da duração do potencial de ação, aumento do automatismo e um decréscimo na condutividade cardíaca37. A indapamida demonstra efeitos diretos em múltiplas correntes iónicas, em particular, bloqueia a componente lenta da corrente de retificação tardia do potássio (Iks), levando a um prolongamento da repolarização cardíaca e predispondo para o desenvolvimento de TdP36. Estudos na literatura notificam casos de TdP e paragem cardíaca envolvendo a indapamida tanto em monoterapia como em combinação com outros fármacos11.
O RCM da lacidipina, um bloqueador dos canais de cálcio (BEC), recomenda precaução no seu uso, bem como outros BEC´s dihidropiridínicos em doentes com prolongamento do intervalo QT congénito ou documentado, ou em doentes tratados concomitantemente com fármacos conhecidos por prolongar o intervalo QT.
Medicamentos antineoplásicos
Relativamente aos antineoplásicos, foram analisados 58 princípios, sendo que os que apresentam potencial de prolongar o intervalo QT encontram-se listados na Tabela 4.
Os novos fármacos desenvolvidos para terapia do cancro sugerem prolongar o intervalo QT relativamente aos mais antigos25. Dos novos antineoplásicos, os inibidores das tirosinacinases são de grande importância, pois fármacos como o nilotinib, dasatinib e sunitinib apresentam risco prolongamento do intervalo QT por inibição dos canais Ikr de uma forma dose-dependente25. O dasatinib, o nilotinib e sunitinib também são substratos do CYP3A4 e uma redução de dosagem deve ser considerada quando há a administração concomitante com um inibidor CYP3A4.
Relativamente às antraciclinas (doxorrubicina e epirrubicina) existem notificações e experiências in vitro que demonstram prolongamento do intervalo QT dose-dependente que se pensa ser reflexo de dano nos cardiomiócitos39.
O RCM do Trióxido de Arsénio bem como várias publicações e notificações apontam um prolongamento do intervalo QT e TdP causados por este fármaco, embora o mecanismo que explique essas reações adversas ainda seja pouco claro25.
Quanto à eribulina, o RCM adverte quanto à necessidade de monitorização eletrocardiográfica se a terapêutica for instituída em doentes com insuficiência cardíaca congestiva, com bradiarritmias sob tratamento com medicamentos conhecidos por prolongarem o intervalo QT e com anomalias eletrolíticas. A hipocalémia e a hipomagnesémia devem ser corrigidas antes de se iniciar a terapêutica e estes eletrólitos devem ser monitorizados constantemente. Adverte ainda quanto à necessidade de evitar este fármaco em pacientes com síndrome congénita do QT longo.
O tamoxifeno prolonga o intervalo QT como resultado de uma potente inibição dos canais Ikr40,41. O tamoxifeno é metabolizado pelo citocromo P450 sendo que alguns fármacos que inibem estas enzimas podem aumentar a concentração de tamoxifeno no soro, aumentando o seu potencial de prolongar o intervalo QT.
Conclusões
Nos últimos anos têm sido notificados vários novos casos de fármacos não antiarrítmicos que prolongam o intervalo QT e induzem taquicardia ventricular polimórfica, ou TdP, que pode ser fatal. A maior parte dos fármacos que prolongam o intervalo QT, atuam através do bloqueio dos canais de potássio codificados pelo gene hERG, através de efeitos farmacocinéticos e farmacodinâmicos podendo induzir ou potenciar o efeito dos fármacos no prolongamento do intervalo QT. Assim os profissionais de saúde, nomeadamente os farmacêuticos desempenham um papel fulcral no controlo e prevenção do prolongamento do intervalo QT induzido por fármacos.
Surge assim a necessidade de criar uma lista e atualizá-la regularmente onde constem os vários fármacos associados ao prolongamento do intervalo QT para que os farmacêuticos implementem de forma rápida e eficaz as recomendações da Circular Informativa N.º 173/CD/8.1.7. do INFARMED.
Conflito de interesses: Os autores declaram não haver conflitos de interesse.
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